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Friday, September 22, 2006

conhecimento de si

Deve ser possível teorizar um processo cognitivo recursivo, não concorrente com qualquer outro processo, que ao funcionar em paralelo com outros processos cognitivos como a atenção, seja a sede da consciência. A linguagem/lingua, uma vez solucionado o problema da existência ou não de uma linguagem/lingua associada ao pensamento (abstracto ou concreto), será veiculadora da consciência racional de sí próprio. A consciência emocional será então, ou o resultante da atribuição de um mesmo valor de atenção a todos os processos mentais (i.e., inputs sensoriais internos e externos, memórias sensoriais e conceptualizadas e os restantes processos cognitivos), ou a manifestação de ainda outro processo cognitivo que implique um conhecimento global e instantâneo do próprio ser, em real-time...

Grafomania / Grafofobia

Sem dúvida esta coisa da escrita não é uma coisa que me saia tão naturalmente como falar. Se por um lado sou obrigado a ter um pensamento mais estruturado e a definir mais as coisas, por outro, sinto que me falta a disciplina cognitiva para comunicar apenas uma coisa de cada vez.

Isto é, se ao falar com alguem sobre seja qual for o assunto, eu me limitasse a aceder a uma base de dados de opiniões (já pré-pensadas e armazenadas) e so me tivesse de preocupar com a forma do que quero dizer, talvéz a escrita fosse uma coisa mais pacífica, e até mais desejavel. Teria assim tempo para pensar sobre a melhor forma de escrever aquilo que queria dizer. Teria assim tempo para deslindar a miríade de codigos e subcódigos linguisticos próprios da disciplina da escrita, teria tempo de os compreender (talvéz) e quem sabe até usa-los de uma forma coerente, apropriada e consciente. Conseguiria, com o domínio dos códigos da para-linguagem escrita, conduzir o pensamento do leitor de forma a envolve-lo e a fazer passar a mensagem que realmente queria fazer passar.

O meu problema é por um lado - exactamente como quando se aprende a conduzir um carro, ou outra qualquer actividade que se torne numa segunda natureza - ainda estar muito consciente da alavanca das mudanças, do volante, do espelho retrovisor, do acelerador, do ponto de embraiagem, da rua, dos peões, da sinalização (vertical e horizontal), etc.. Por isso, a escrita ainda não é uma coisa que me saia naturalmente, para além disso, ainda tenho imensos medos (preconceitos e estereótipos, que também não ajudam) que inviabilizam a fluidêz de um qualquer discurso por estarem a funcionar como bloqueios que, a cada duas palavras escritas, obrigam-me a relêr o que escreví.

Por outro lado, e em comparação com um discurso falado, sinto que a escrita como mais limitada e mais prone a ser mal interpretada. Explico; mais limitada porque em cada palavra escrita (apesar de contruções frásicas mais ou menos complexas e de outras tantas variáveis formais e contextuais, que por não ser linguista não tenho na ponta da língua) sinto não conseguir comunicar tanta coisa como em cada palavra falada (onde se pode "brincar" com a entoação, o ritmo o "pitch", a modulação, a expressão corporal e facial, etc., variaveis essas que permitem não só uma mudança de registro imediato, como uma maior fidelidade do contexto que quero evocar).
Mais prone a ser mal interpretada pois considero a palavra escrita como sendo mais proxima do simbolo do que a palavra falada, é mais generalista e por isso, é mais sujeita a uma interpretação subjectiva por parte do leitor. O simbolo que eu queria evocar com uma instanciação ou valência específica pode perfeitamente ser associado, na mente do leitor com outras experiências que podem ser tão diferentes das minhas que podem vir a enviesar o próprio sentido do discurso.

A terceira face da moeda do meu problema, prende-se com o que referí há pouco sobre bases de dados de opiniões. Regra geral até que abro a boca não sei o que quero dizer, isto é, não tenho ideias fixas sobre as coisas e estas (leia-se ideias) alteram-se conforme a situação e as variáveis que me são apresentadas. Não quero com isto dizer que sou uma pessoa completamente isenta de personalidade, ideias ou convicções, pelo contrário, quero com isto dizer que as experiências com as quais contacto no dia a dia vem reforçar ou não, um conjunto de valores e de nomas morais que tenho sobre o mundo, as pessoas, etc., pois estas experiências também são encaradas como simbolos de qualquer coisa que não é um símbolo mas ao que não tenho acesso - o real.

As interações com um outro qualquer objecto externo (sendo um objecto externo toda e qualquer manifestação física, animada ou inanimada exterior a mim) provocam necessariamente em mim uma ressonância emocional (no confronto com a dinâmica relacional dos meus objectos internos) mais ou menos forte. Esta ressonância manifesta-se através de sentimentos e/ou emoções constantes com as quais sou obrigado a lidar ou não (veja-se mecanismos de defesa). Ora, um qualquer input externo possui um output que pode ser externo ou não, e que é resultado de toda uma miríade de processos psiquicos e orgânicos que estão constantemente em acção. Este output pode ser consciente ou não e pode também acarretar associado a ele, a necessidade de ser exteriorizado ou não. Uma vez que falo, existe a necessidade de exteriorizar este output, que é o que exactamente? Uma sensação que é veiculada e compreendida através da lingua e da linguagem, dos simbolos comuns ou opostos entre interlocutores, dos estereótipos e ideias pré-concebidas de ambos sobre um determinado assunto. Portanto, não sei o que vou dizer quando abro a boca, mas sei o que sinto sobre o que me está a acontecer nesse momento. Às vezes o que é mais saliente nem é o assunto em debate mas sim, o confronto com alguem que me confronta com esse assunto nessa situação. Desse sentimento sai o discurso, que é fluido e facilmente, no meu caso específico, foge por tangentes que são resultantes de outros acontecimentos quase simultâneos que coexistem no mesmo espaço, e que voltam ao assunto em debate, e que fogem outra vez, sendo um jogo de simbolos evocados e um jogo de parentesis e aspas que se abrem e que se fecham, que tem como objectivo (que provavelmente difere de interlocutor para interlocutor) o conseguir comunicar(-se) uma resposta orgânica e psiquica do estar-se e do ser-se aquí e agora neste momento.

Finalmente acho que o caracter mais formal e permanente da escrita, confere-lhe uma valência, para mim, ainda mais assustadora. Que associada ao meu não-domínio dos códigos tornam qualquer experiência com a escrita mais difícil ainda...

Como dizia o outro, escreve mas é e deixa-te de tretas!

Monday, September 11, 2006

dasss

mas agora cada vez que quero fazer um post tenho de perder uma hora para me lembrar da pass e depois tenho de estar a espera de um mail? está visto que não faço muitos posts mas mesmo assim.... esta mania paranoica de ter uma passwrd diferente para cada nick, login e registro de net que possuo.... bah devo estar a ficar esclerosado, perdi a vontade de escrever coisas sérias... vou dormir.